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O Brasil está indo embora “A esperança é a última a morrer.” Diz-se. Mas não é verdade. A esperança não morre por si mesma. A esperança é morta. Não é um assassinato espetacular, não sai nos jornais. É um processo lento e silencioso que faz esmorecer os corações, envelhecer os olhos dos meninos e nos ensina a perder crença no futuro. (do livro “E se Obama fosse africano?”, de Mia Couto) “Do lugar onde estou já fui embora” (Manoel de Barros)
A estratégia de marketing de João Santana (o marqueteiro de Dilma e Lula) é muito clara: dividir para governar. Para se manterem no poder resolveram transformar o país num Fla x Flu: “nós contra eles”, “PSDB versus PT”, como se o país pudesse ser reduzido a estes confrontos primários e retrógrados. Assim como os anti esquerdistas raivosos desejam que todos os petistas “vão pra Cuba”, os lula petistas desejam que todos os que são contra eles “vão pra Miami”…
Estão conseguindo.
Segundo a Receita Federal, o êxodo de brasileiros aumentou em 67%. O triste é que a esmagadora maioria NÃO são de brasileiros ricos e “coxinhas”, como gostariam os petistas, mas pessoas de alta qualificação: doutores, engenheiros, cientistas, artistas…
Não se trata apenas da crise econômica. Ninguém abandona um país por dificuldades econômicas momentâneas. Quando se chega no ponto de deixar tudo o que se construiu para trás e embarcar numa aventura com a família num país desconhecido é porque algo muito mais profundo e sério está acontecendo: nós estamos perdendo a esperança, a confiança em nosso futuro. A confiança de que poderemos ser, um dia, um país decente.
Ao acabarem com nossa esperança estão destruindo nosso futuro
Como nos lembra Mia Couto, a esperança não morre por si mesma. Esta morte lenta é o resultado desta estratégia de dizer que “a corrupção sempre existiu”, “não adianta mudar, os outros são piores”… Tentam nos convencer a deixar tudo como está. Querem nos fazer crer que não podemos mudar, porque se mudarmos será para pior…
É a estratégia do medo.
E a estratégia do medo mata a esperança. E ao acabarem com nossa esperança estão destruindo nosso futuro.
Muitos de nós estamos indignados com esta situação. Nossa indignação, no entanto, é menor que o medo. “Sem darmos conta fomos convertidos em soldados de um exército sem nome e, como militares sem farda, deixamos de questionar. Deixamos de fazer perguntas e discutir razões. As questões de ética são esquecidas, porque está provada a barbaridade dos outros e, porque estamos em guerra, não temos que fazer prova de coerência, nem de ética nem de legalidade” (Mia Couto, Conferência de Estoril sobre segurança, 2011).
Há quem tenha medo que o medo acabe…
Vivemos num país com medo. Como disse Eduardo Galeano, “os que trabalham têm medo de perder o trabalho; os que não trabalham têm medo de nunca encontrar trabalho; quando não têm medo da fome têm medo da comida; os civis têm medo dos militares; os militares têm medo da falta de armas e as armas têm medo da falta de guerras e, se calhar, acrescento agora eu, há quem tenha medo que o medo acabe”.
Precisamos derrotar a estratégia de João Santana, lula (com minúsculas mesmo) e cia. Precisamos derrotar o medo pra fazer renascer a esperança.
Fonte: globo.com
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