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A estabilidade do real frente ao dólar e a queda da taxa de juros brasileira ao menor patamar desde 1986, para 7%, provocam a busca pela diversificação de portfólio. Uma das alternativas que vem ganhando espaço entre os brasileiros é o investimento em casas de férias destinadas a aluguel para turistas nos Estados Unidos, mais especificamente na Flórida, que oferece quatro dos cinco mercados imobiliários mais aquecidos daquele país, com a cidade de Orlando em primeiro lugar.
O rendimento proporcionado pelo aluguel de casas nos Estados Unidos, normalmente varia entre 4% e 6% ao ano, o que permite o pagamento de quatro a cinco prestações anuais. Porém, com o uso de portais especializados em Vacation Homes, pode-se obter um retorno de até 12% ao ano em dólar, com o que é possível quitar totalmente o imóvel e obter renda extra. “É possível adquirir uma casa que se pague totalmente por meio do aluguel e que ainda ofereça uma oportunidade de fonte de renda”, afirma Ricardo Molina, autor do livro Como Ganhar Dinheiro com Vacation Homes e CEO da imobiliária Casa na Disney, de Orlando.
A aquisição de imóveis com o objetivo de locação nos Estados Unidos, segmento chamado de Vacation Homes, movimentou US$ 25 bilhões em 2016. Os brasileiros têm protagonizado esse movimento e, em Orlando, estão à frente da construção de seis condomínios com menos de 200 casas e são síndicos dos dois maiores.
Somente nos Estados Unidos, em janeiro de 2016, havia mais de 100 sites especializados em Vacation Homes como o Airbnb, número que se mantém em expansão. Somente nos quatro maiores portais, entre 2008 e 2015, o número de imóveis ofertados para aluguel por temporada passou de 300 mil para 3,9 milhões, o que evidencia o aumento da demanda.
“Este tipo de investimento tem se popularizado por conta da segurança que oferece. A economia americana é mais estável e a moeda é forte. Com a crise brasileira, têm aumentado a procura por diversificação de risco e a compra de casas em Orlando cresce a cada mês”, observa. Uma casa em Orlando de quatro dormitórios, por exemplo, a no máximo 10 minutos da Disney, é alugada, em média, 28 semanas por ano com diária média de US$ 124 (líquido ao proprietário), o que gera uma receita de cerca de US$ 24 mil ao ano, ou seja, cerca de US$ 2 mil por mês.
Com o uso dessas ferramentas, o administrador de empresas Eduardo Bitencourt consegue retorno de sua vacation home em Orlando, adquirida em 2015, a partir do Panamá, onde mora há 10 anos. “Uso Airbnb, Homeaway e Tripadvisor, que me garantem uma divulgação constante e permitem um acompanhamento muito próximo do mercado e dos valores das diárias”, diz. A rentabilidade gerada pelo imóvel está em 5% ao ano, o que lhe permite quitar dez parcelas anuais do financiamento. “Hoje a casa se paga. Meu custo mensal é zero. Estou adquirindo um patrimônio com o próprio retorno do investimento”, afirma.
De acordo com Molina, com juros baixos (entre 5 a 6% ao ano), o mínimo do valor financiado geralmente é de US$ 100 mil nos Estados Unidos. Quem opta pelo financiamento deve garantir, no mínimo, uma entrada de 25% e comprovar renda suficiente para pagar as mensalidades do imóvel pelos próximos 15 ou 30 anos, dependendo da escolha da modalidade do financiamento. Assim, o valor mínimo da propriedade comprada financiada deve ser de US$ 133,334 mil, incluindo o valor da entrada. Porém, casas com melhor retorno se iniciam em cerca de U$ 250 mil.
O investimento em imóveis foi um dos motivos que provocou o aumento do volume de recursos enviados por pessoas físicas do Brasil nos EUA, que cresceu 227% no primeiro semestre, atingindo US$ 408 milhões, segundo dados do BC. O último relatório sobre Compradores Estrangeiros de Imóveis da Associação de Corretores de Imóveis de Miami destaca que, em 2016, auge da crise econômica no Brasil, foram investidos US$ 6,2 bilhões, valor pouco maior que 2015, de US$ 6,1 bilhões. No ano passado, foram negociadas cerca de 10.885 residências contra 10.678, em 2015. Isso significa um aumento de 1,9%. O Brasil ficou com o terceiro lugar como principal comprador, juntamente com a Colômbia, detendo 10% do mercado imobiliário (cada um).
Fonte: Exame
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